sábado, 26 de abril de 2008

VAMOS COMBATER AS QUEIMADAS




É tempo de combater queimadas e incêndios florestais


É tempo de combater queimadas e incêndios florestais

É tempo d e reduzir a prática da queimada no manejo da terra e combater intensamente os incêndios florestais. Com a seca, aumentam os incêndios nas florestas e campos, provocando desequilíbrio ambiental, perda de fertilidade do solo, poluição, destruição das redes de eletricidade e de cercas, acidentes rodoviários e outros problemas mais. Todos os anos esses e outros reflexos das queimadas causam prejuízos para o Brasil, para os estados, para fazendeiros e, sobretudo, para a natureza. O Ibama tem promovido uma intensa campanha de controle do uso do fogo na agricultura, mas ainda é muito pouco. Há que haver um mutirão contra as queimadas, com a participação de governos estaduais, prefeituras, fazendeiros e da sociedade, sobretudo onde as queimadas têm acontecido com mais intensidade nessa época da seca. Existem tecnologias alternativas para reduzir a prática da queimada no manejo da terra e garantir a produtividade. Por que é importante conhecer essas tecnologias alternativas que a Embrapa tem para oferecer? Simples! Porque, na verdade, as queimadas são métodos arcaicos amplamente utilizados na agricultura brasileira, praticadas por indígenas e caboclos para facilitar a limpeza das áreas, sobretudo na cultura de cana-de-açucar e do algodão. Além da limpeza de resíduos, ele elimina pragas, queima dejetos de serrarias, lixo e, incrível, é usado até como técnica de caça. Mas esses benefícios são muito pequenos para o impacto que causa, por isso preocupa a comunidade científica, ambientalistas e os governos, pois as queimadas podem gerar incêndios florestais devastadores e afetam diretamente os processos físico-químicos e biológicos dos solos. Além disso, deteriora a qualidade do ar, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. Isso sem falar na alteração da composição química da atmosfera, com o aumento do efeito estufa, e a maior penetração da radiação ultravioleta, com a destruição da camada de ozônio. Ao escapar do controle, o fogo atinge tanto o patrimônio público quanto o privado (florestas, cercas, linhas de transmissão e de telefonia e construções). Os números das queimadas no Brasil· 300 mil queimadas ocorrem por ano no Brasil; · 85% das queimadas ocorrem na Amazônia Legal (Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas, Amapá, Pará, parte do Maranhão, do Mato Grosso e do Tocantins); · 90% ocorrem em áreas desmatadas; · Os estados que mais fizeram queimadas nos últimos três anos foram Mato Grosso (38% do total), Pará (27%), Maranhão (10%) e Tocantins (7%). Para entender melhor O que é o fogo? O fogo é o desenvolvimento simultâneo de calor e luz, produzido pela combustão de certos corpos. Fogo é fenômeno natural. Toda a biomassa da floresta consiste de acúmulo de energia produzida pela fotossíntese. O dióxido de carbono, a água e a energia solar combinam-se para produzir celulose e outros carboidratos. Esse material é armazenado em todas as plantas verdes. O fogo reverte rapidamente esse processo, liberando a energia armazenada. É fácil visualizar essa relação básica ao se comparar as fórmulas da fotossíntese: CO2 + H2 O + ENERGIA SOLAR - (C6 H10 O5) + O e a combustão: (C6 H10 O5)N + O + IGNIÇÃO - CO2 + H2 O + CALORPode-se observar que as fórmulas são quase idênticas, mas em direções opostas. O que é queimada?A queimada é prática agropastoril ou florestal que utiliza o fogo de forma controlada para viabilizar a agricultura. A queimada deve ser regida pela aplicação controlada do fogo à vegetação natural ou plantada, sob determinadas condições ambientais que permitam que o fogo mantenha confinada a área, dentro de uma intensidade de calor e uma velocidade de propagação compatíveis com os objetivos do manejo. A queima deve ser autorizada pelo Ibama ou pelo órgão estadual competente. O que é incêndio florestal?É o fogo sem controle que incida sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem quanto por uma causa natural. Onde é proibido usar fogo· Nas florestas e demais formas de vegetação;· Para queima pura e simples de aparas de madeira, resíduos florestais e material lenhoso;· Também não se pode usar fogo numa faixa de 15m dos limites de segurança das linhas de transmissão de energia elétrica;· 100m ao redor da área de domínio de subestação de energia elétrica;· 25m ao redor da área de domínio de estações de telecomunicações;· 50m a partir do aceiro existente nas Unidades de Conservação;· 15m de cada lado das rodovias estaduais e federais e das ferrovias, medidos a partir da faixa de domínio;· Em área definida pela circunferência de raio igual a onze mil metros, tendo como referência o centro geométrico da pista de pouso dos aeroportos. Como fazer a queima controladaO interessado na obtenção de autorização para a queima deverá: 1) Definir as técnicas, os equipamentos e a mão-de-obra a serem utilizados;2) Fazer o reconhecimento da área e avaliar o material a ser queimado;3) Promover o enleiramento dos resíduos de vegetação, de forma a limitar a ação do fogo;4) Preparar aceiros de no mínimo três metros de largura, ampliando essa faixa quando as condições climáticas, ambientais e topográficas assim o permitirem;5) Providenciar pessoal treinado pra atuar no local da operação, com equipamentos apropriados;6) Comunicar formalmente aos vizinhos a intenção de realizar a queimada controlada;7) Prever a realização da queima em dia e horário apropriados, evitando os períodos de temperatura mais elevada;8) Providenciar o oportuno acompanhamento de toda a operação de queima, para adotar, se necessário e a tempo, medidas de contenção do fogo. Saiba como reduzir queimadas nas áreas de pastagensConheça diversas tecnologias da Embrapa para evitar o fogo e ainda aumentar a produtividade Na história da pecuária nacional, é comum utilizar queimadas nas pastagens, principalmente na região dos Cerrados e da Amazônia, para renovar ou recuperar as áreas de pastoreio, eliminar plantas daninhas e agregar nutrientes ao solo, oriundos do material vegetal queimado. À primeira vista, a pastagem rebrotada surge com mais força e melhor aparência. Mas, ao longo dos anos, essa prática provoca a degradação físico-química do solo e traz enormes prejuízos ao ambiente. Em pastagens cultivadas, a queima pode, inclusive, eliminar as forrageiras leguminosas. Essa queima pode ser substituída, com vantagens, pelo uso de tecnologias alternativas. A melhor forma de utilizar a massa produzida pelas forrageiras é por intermédio do manejo de animais. Ele é um grande aliado no planejamento e na utilização da massa produzida pelas forrageiras. Com a tecnologia certa, o produtor melhora o consumo da matéria seca disponível nas pastagens, estendendo sua utilização até os períodos mais críticos, evitando assim o risco de queimadas.
O Sistema agroflorestal: O sistema agroflorestal é a técnica de plantio de culturas alimentares e madeireiras em uma mesma área. A sua vantagem é proporcionar ao agricultor um fluxo de renda durante todo o ano, além de preservar a vegetação nativa. Nesse sistema, pode-se utilizar diversas culturas. No entanto, é importante que o agricultor tenha uma noção das preferências do mercado consumidor local, optando pelas variedades que possam lhe trazer retorno financeiro. A utilização do manejo florestal. No Pará, o comércio madeireiro é a segunda fonte de renda do estado. Além de gerar mais empregos que a pecuária, a exploração racional da madeira pode trazer mais quatro benefícios: geração de renda para o estado e o país; geração de empregos; controle do uso e do desmatamento da floresta; e diminuição dos focos de incêndio. Para tanto, é necessário seguir alguns princípios básicos, como fazer o inventário florestal e mapear o estoque de árvores; conhecer a legislação vigente; conhecer o mercado para as madeiras existentes; replantar as árvores retiradas; realizar os tratos silviculturais, favorecendo a regeneração e o aumento de produtividade; planejar trilhas para o transporte das árvores derrubadas; aproveitamento de todas as partes da árvore retirada; realizar o controle contábil da exploração econômica e ambiental; e tomar precauções para evitar incêndios. O reflorestamento social: Cerca de 55 milhões de hectares da Amazônia brasileira são compostos de áreas alteradas, onde é possível realizar o plantio de espécies madeireiras, de crescimento rápido, para produção de celulose, madeira, laminados e carvão vegetal. Em áreas em condições de pleno Sol, algumas espécies são mais indicadas, como o parapará, o morototó, o taxi-branco, a castanha-do-pará, a paricá e a araracanga. Também é interessante a utilização de espécies fruteiras, para atender o consumo familiar como a manga, o caju, a taperebá, a pupunha, o dendê, o cupuaçu, o açaí, o coco, o café e diversas plantas medicinais. 9 - O alerta da meteorologia O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, tem um sistema de alerta de risco de queimadas. O sistema pode ser acessado via internet em tempo real (http://www.inmet.gov.br/) e seu segredo é a utilização não somente de imagens de satélite, indicando onde há focos de calor, mas a combinação desses dados com vários outros mapas meteorológicos, como os de umidade relativa do ar, cobertura de nuvens e bacias hidrográficas. Antes, o satélite identificava apenas as áreas que estavam quentes. Isso dava origem a vários erros, porque o reflexo do sol nos rios ou em nuvens era interpretado como perigo de queimada. A expressão focos de calor é utilizada para interpretar o registro de calor captado na superfície do solo pelo sensor AVHRR, que viaja a bordo dos satélites da série NOAA. Este sensor capta e registra qualquer temperatura acima de 47°C e a interpreta como sendo um foco de calor, o que não é necessariamente um foco de fogo ou incêndio. A combinação dos dados permite agora um alerta de alta confiabilidade. O sistema do INMET mapea a situação de todos os estados brasileiros. Os usuários da rede podem saber quais as áreas de risco de combustão a cada 12 horas, o que ajuda na prevenção de queimadas para fins agrícolas e propagação de incêndios prejudiciais à biodiversidade. Pelo site http://www.inmet.gov.br/ o Instituto apresenta outras novidades como o modelo de previsão numérica do tempo, o Modelo Brasileiro de Alta Resolução (MBAR). Ele consiste em um dos mais avançados métodos utilizados em meteorologia, possibilitando maior detalhamento da área em estudo e o aumento de acerto nas previsões do tempo. O modelo oferece prognósticos de chuva, cobertura de nuvens, pressão, ventos e temperatura para até 48 horas. Por isso, a tomada de decisões fica facilitada, auxiliando também na confecção de previsão de tempo. Além disso, os meteorologistas podem obter informações de determinada região em estudo a cada 25km. 10 - Quem pode ajudar na prevenção dos incêndios florestais? São vários os organismos brasileiros que ajudam na prevenção e combate de incêndios florestais. Além do Ibama, das Secretarias de Meio Ambientes dos estados, das Polícias Florestais e do Corpo de Bombeiro, a Embrapa e o INPE monitoram os focos de calor e ajudam a espalhar informações que possam ser usadas no combate ao fogo, Além das diversas tecnologias e do trabalho dos organismos estatais, a grande ajuda para o combate de queimadas deve vir da sociedade, especialmente da área rural. Vem do esforço consciente do proprietário rural no uso do fogo, preocupado com seus vizinhos e com seu patrimônio. E como fazer isso? Simples. Primeiro, tomando as precauções; segundo, mobilizando os vizinhos para que todos compartilhem desse esforço nos dias de queimada, fazendo um mutirão para evitar que o fogo gere muita perda. Cada propriedade rural, dependendo do tamanho, perde 10% de sua renda com prejuízo resultante do fogo que foge ao controle. É o fogo que queima cerca, que queima paiol, pastagem fora de época, que consome pomares. Isso pode ser alterado se todos estiverem atentos para eliminar o fogo que vem do vizinho com medidas de precaução. 11 - Outras tecnologias para evitar queimadas em pequenas propriedades Rotação de culturas. Além do uso de fertilizantes e de sementes selecionadas, a intensificação da agricultura traz benefícios para as pastagens dos pequenos produtores. Ao realizar a rotação das áreas utilizadas para agricultura intensiva com as pastagens, o produtor terá pastagens mais duradouras e produtivas. Como conseqüência, o agricultor não precisará utilizar a queimada para limpeza das pastagens, trazendo benefícios para o solo, o meio ambiente, além de fixar o homem no campo.Os produtos a serem utilizados numa agricultura intensiva dependem de vários fatores, como análise de mercado, assistência técnica, controle de qualidade, constância na oferta e crédito garantido. O zoneamento agroecológico. Outra técnica que permite a utilização racional do recurso solo é o zoneamento agrícola. Por meio dessa tecnologia, o produtor saberá o melhor período para plantar, o local mais adequado para agricultura e pecuária, a localização de reservas florestais, proteção de fontes e mananciais e como diminuir os riscos de degradação do solo. Essa estratégia deve ser utilizada pelos estados e municípios em seu planejamento agrícola. A queimada controladaA produção da agricultura familiar na Amazônia exige, em muitas propriedades, a remoção da floresta ou da vegetação secundária, o que significa derrubar e queimar. A queimada é uma prática barata para limpeza das pastagens nativas e, por isso, muito utilizada. No entanto, vale lembrar que queimada não significa incêndio. Por isso, para se fazer uma queimada controlada é necessário seguir alguns passos.A queima controlada somente deve ser realizada em áreas definidas e com autorização do órgão competente. Por meio dessa técnica, o fogo orientado é utilizado como ferramenta para consumir a macega ou o excesso de material combustível. Para executar uma queimada controlada deve-se procurar o Ibama. Os aceirosOs aceiros são faixas onde a vegetação foi completamente removida da superfície do solo, geralmente localizada ao longo de cercas ou divisas, cujo objetivo é prevenir e impedir a passagem do fogo e a ocorrência de incêndios indesejáveis. Os aceiros devem ser feitos no início do período seco. Mais informações:Algumas recomendações devem ser seguidas para realizar a queimada controlada. Embrapa Gado de Corte (67-768-2000), Embrapa Cerrados (61-388-9953), Embrapa Meio-Norte (86-225-1141), Embrapa Amazônia Oriental (91-276-8170), Embrapa Amazônia Ocidental (92-622-2012), Embrapa Rondônia (69-222-3080), Embrapa Acre (68-224-3932), Embrapa Roraima (95-626-7125) ou Embrapa Amapá (96-241-1551), Secretarias de Estado do Meio Ambiente, Brigadas do Corpo de Bombeiros e Brigadas Civis dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais e com o próprio Ibama, Inmet - (61) 344-7743 - http://www.inmet.gov.br/
Referencias: http://www.gorgulho.com/reportagens/queimadas.htm

Nenhum comentário: