quarta-feira, 30 de abril de 2008

VIDEO: O DESCASO COM O CERRADO BRASILEIRO





Atualmente é amplamente aceito que clima, solos e fogo são altamente interativos nos seus efeitos sobre a vegetação no Bioma Cerrado. Apesar de fundamental importância, chuvas sazonais e baixa fertilidade de solo parecem ser insuficientes para explicar a presente distribuição da vegetação de savana ao longo do bioma. Por exemplo, vastas áreas no sudeste do Brasil com forte sazonalidade pluviométrica e solos com baixos teores de nutrientes (como o leste de Minas Gerais) têm uma cobertura contínua de florestas semidecíduas e não são ocupadas por cerrado.

VIDEO: MUITAS MANEIRAS DO FOGO TRAZER MALEFICIOS

http://br.youtube.com/watch?v=6QWILNSCUVk&feature=related

Autor: Itaboraí Velasco Nascimento
Um dos temas mais controversos no bioma cerrado é o fogo. Sua ocorrência se dá por causas naturais ou não e seus efeitos têm sido motivo de debates, principalmente a partir da década de 1970 (quando Mario Ferri organizou o primeiro Simpósio Brasileiro no cerrado repetindo-o por sete vezes) quanto a benefícios e/ou malefícios por ele causados.
Até tempos bastante recentes, qualquer referência a queimadas provocadas por fatores naturais era vista com desconfiança pelos órgãos ambientais e florestais do país.
O Instituto do Trópico Subúmido - ITS desde a sua fundação advoga o aprofundamento dos estudos sobre os efeitos ecológicos do fogo na fisionomia do bioma cerrado. Tal postura não é tomada levianamente, posto que vários estudos apontam para o fogo como elemento fundamental à estruturação de algumas paisagens do cerrado. Seus efeitos podem ser observados por quem freqüente o bioma, seja pela rápida rebrota após o fogo - atraindo um variado contingente de herbívoros em busca de forragem nova - ou pela germinação de sementes que necessitam deste choque térmico para quebra de sua dormência vegetativa.
No último quartel deste século XX, estudos de Schnell, Ferri, Budowski, Walter e outros, comprovaram à exaustão a ocorrência de queimadas provocadas por fatores naturais, tais como: vulcanismo, descargas elétricas, combustão expontânea, atrito entre rochas etc. Vestígios de carvão vegetal em camadas de sedimentos terciários e mais antigos são normalmente encontrados em pesquisas geológicas na região do cerrado.
Na história evolutiva do homem, este utiliza o fogo desde as mais remotas eras. "O Sinanthropus pekinensis foi o primeiro antropóide a usar ou controlar o fogo em pleno médio Pleistoceno, isto é, há quase 500.000 anos atrás" (segundo Stewart, 1956, citado por Coutinho, 1980).

Referências: (texto) Autor: Itaboraí Velasco Nascimento
http://www.altiplano.com.br/FogonoCer.html

VIDEO: PREJUIZOS CAUSADOS PELO USO INDISCRIMINADO DO FOGO

http://br.youtube.com/watch?v=sRgEqMun0is

As campanhas contra queimadas na Amazônia já demonstraram que, enquanto formato de comunicação, são eficientes para alertar o público a que se destinam. Mas as ONG´s e instituições públicas que atuam na área estão completamente enganadas se acreditam que somente a disseminação da informação têm o poder de mudar o comportamento de agricultores familiares e debelar o fogo que consome a floresta, principalmente a partir do mês de julho. Para a professora e jornalista Luciana Miranda Costa, que defendeu, no primeiro semestre, sua tese de doutorado pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea), as estratégias e os discursos usados nas campanhas têm uma série de equívocos e o número desfavorável de focos de calor na região é apenas um dos indicadores.

Referências: (texto) Autora, Erika Morhy.
http://www.ufpa.br/beiradorio/arquivo/Beira23/noticias/noticia4.htm

sábado, 26 de abril de 2008

VAMOS COMBATER AS QUEIMADAS




É tempo de combater queimadas e incêndios florestais


É tempo de combater queimadas e incêndios florestais

É tempo d e reduzir a prática da queimada no manejo da terra e combater intensamente os incêndios florestais. Com a seca, aumentam os incêndios nas florestas e campos, provocando desequilíbrio ambiental, perda de fertilidade do solo, poluição, destruição das redes de eletricidade e de cercas, acidentes rodoviários e outros problemas mais. Todos os anos esses e outros reflexos das queimadas causam prejuízos para o Brasil, para os estados, para fazendeiros e, sobretudo, para a natureza. O Ibama tem promovido uma intensa campanha de controle do uso do fogo na agricultura, mas ainda é muito pouco. Há que haver um mutirão contra as queimadas, com a participação de governos estaduais, prefeituras, fazendeiros e da sociedade, sobretudo onde as queimadas têm acontecido com mais intensidade nessa época da seca. Existem tecnologias alternativas para reduzir a prática da queimada no manejo da terra e garantir a produtividade. Por que é importante conhecer essas tecnologias alternativas que a Embrapa tem para oferecer? Simples! Porque, na verdade, as queimadas são métodos arcaicos amplamente utilizados na agricultura brasileira, praticadas por indígenas e caboclos para facilitar a limpeza das áreas, sobretudo na cultura de cana-de-açucar e do algodão. Além da limpeza de resíduos, ele elimina pragas, queima dejetos de serrarias, lixo e, incrível, é usado até como técnica de caça. Mas esses benefícios são muito pequenos para o impacto que causa, por isso preocupa a comunidade científica, ambientalistas e os governos, pois as queimadas podem gerar incêndios florestais devastadores e afetam diretamente os processos físico-químicos e biológicos dos solos. Além disso, deteriora a qualidade do ar, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. Isso sem falar na alteração da composição química da atmosfera, com o aumento do efeito estufa, e a maior penetração da radiação ultravioleta, com a destruição da camada de ozônio. Ao escapar do controle, o fogo atinge tanto o patrimônio público quanto o privado (florestas, cercas, linhas de transmissão e de telefonia e construções). Os números das queimadas no Brasil· 300 mil queimadas ocorrem por ano no Brasil; · 85% das queimadas ocorrem na Amazônia Legal (Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas, Amapá, Pará, parte do Maranhão, do Mato Grosso e do Tocantins); · 90% ocorrem em áreas desmatadas; · Os estados que mais fizeram queimadas nos últimos três anos foram Mato Grosso (38% do total), Pará (27%), Maranhão (10%) e Tocantins (7%). Para entender melhor O que é o fogo? O fogo é o desenvolvimento simultâneo de calor e luz, produzido pela combustão de certos corpos. Fogo é fenômeno natural. Toda a biomassa da floresta consiste de acúmulo de energia produzida pela fotossíntese. O dióxido de carbono, a água e a energia solar combinam-se para produzir celulose e outros carboidratos. Esse material é armazenado em todas as plantas verdes. O fogo reverte rapidamente esse processo, liberando a energia armazenada. É fácil visualizar essa relação básica ao se comparar as fórmulas da fotossíntese: CO2 + H2 O + ENERGIA SOLAR - (C6 H10 O5) + O e a combustão: (C6 H10 O5)N + O + IGNIÇÃO - CO2 + H2 O + CALORPode-se observar que as fórmulas são quase idênticas, mas em direções opostas. O que é queimada?A queimada é prática agropastoril ou florestal que utiliza o fogo de forma controlada para viabilizar a agricultura. A queimada deve ser regida pela aplicação controlada do fogo à vegetação natural ou plantada, sob determinadas condições ambientais que permitam que o fogo mantenha confinada a área, dentro de uma intensidade de calor e uma velocidade de propagação compatíveis com os objetivos do manejo. A queima deve ser autorizada pelo Ibama ou pelo órgão estadual competente. O que é incêndio florestal?É o fogo sem controle que incida sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem quanto por uma causa natural. Onde é proibido usar fogo· Nas florestas e demais formas de vegetação;· Para queima pura e simples de aparas de madeira, resíduos florestais e material lenhoso;· Também não se pode usar fogo numa faixa de 15m dos limites de segurança das linhas de transmissão de energia elétrica;· 100m ao redor da área de domínio de subestação de energia elétrica;· 25m ao redor da área de domínio de estações de telecomunicações;· 50m a partir do aceiro existente nas Unidades de Conservação;· 15m de cada lado das rodovias estaduais e federais e das ferrovias, medidos a partir da faixa de domínio;· Em área definida pela circunferência de raio igual a onze mil metros, tendo como referência o centro geométrico da pista de pouso dos aeroportos. Como fazer a queima controladaO interessado na obtenção de autorização para a queima deverá: 1) Definir as técnicas, os equipamentos e a mão-de-obra a serem utilizados;2) Fazer o reconhecimento da área e avaliar o material a ser queimado;3) Promover o enleiramento dos resíduos de vegetação, de forma a limitar a ação do fogo;4) Preparar aceiros de no mínimo três metros de largura, ampliando essa faixa quando as condições climáticas, ambientais e topográficas assim o permitirem;5) Providenciar pessoal treinado pra atuar no local da operação, com equipamentos apropriados;6) Comunicar formalmente aos vizinhos a intenção de realizar a queimada controlada;7) Prever a realização da queima em dia e horário apropriados, evitando os períodos de temperatura mais elevada;8) Providenciar o oportuno acompanhamento de toda a operação de queima, para adotar, se necessário e a tempo, medidas de contenção do fogo. Saiba como reduzir queimadas nas áreas de pastagensConheça diversas tecnologias da Embrapa para evitar o fogo e ainda aumentar a produtividade Na história da pecuária nacional, é comum utilizar queimadas nas pastagens, principalmente na região dos Cerrados e da Amazônia, para renovar ou recuperar as áreas de pastoreio, eliminar plantas daninhas e agregar nutrientes ao solo, oriundos do material vegetal queimado. À primeira vista, a pastagem rebrotada surge com mais força e melhor aparência. Mas, ao longo dos anos, essa prática provoca a degradação físico-química do solo e traz enormes prejuízos ao ambiente. Em pastagens cultivadas, a queima pode, inclusive, eliminar as forrageiras leguminosas. Essa queima pode ser substituída, com vantagens, pelo uso de tecnologias alternativas. A melhor forma de utilizar a massa produzida pelas forrageiras é por intermédio do manejo de animais. Ele é um grande aliado no planejamento e na utilização da massa produzida pelas forrageiras. Com a tecnologia certa, o produtor melhora o consumo da matéria seca disponível nas pastagens, estendendo sua utilização até os períodos mais críticos, evitando assim o risco de queimadas.
O Sistema agroflorestal: O sistema agroflorestal é a técnica de plantio de culturas alimentares e madeireiras em uma mesma área. A sua vantagem é proporcionar ao agricultor um fluxo de renda durante todo o ano, além de preservar a vegetação nativa. Nesse sistema, pode-se utilizar diversas culturas. No entanto, é importante que o agricultor tenha uma noção das preferências do mercado consumidor local, optando pelas variedades que possam lhe trazer retorno financeiro. A utilização do manejo florestal. No Pará, o comércio madeireiro é a segunda fonte de renda do estado. Além de gerar mais empregos que a pecuária, a exploração racional da madeira pode trazer mais quatro benefícios: geração de renda para o estado e o país; geração de empregos; controle do uso e do desmatamento da floresta; e diminuição dos focos de incêndio. Para tanto, é necessário seguir alguns princípios básicos, como fazer o inventário florestal e mapear o estoque de árvores; conhecer a legislação vigente; conhecer o mercado para as madeiras existentes; replantar as árvores retiradas; realizar os tratos silviculturais, favorecendo a regeneração e o aumento de produtividade; planejar trilhas para o transporte das árvores derrubadas; aproveitamento de todas as partes da árvore retirada; realizar o controle contábil da exploração econômica e ambiental; e tomar precauções para evitar incêndios. O reflorestamento social: Cerca de 55 milhões de hectares da Amazônia brasileira são compostos de áreas alteradas, onde é possível realizar o plantio de espécies madeireiras, de crescimento rápido, para produção de celulose, madeira, laminados e carvão vegetal. Em áreas em condições de pleno Sol, algumas espécies são mais indicadas, como o parapará, o morototó, o taxi-branco, a castanha-do-pará, a paricá e a araracanga. Também é interessante a utilização de espécies fruteiras, para atender o consumo familiar como a manga, o caju, a taperebá, a pupunha, o dendê, o cupuaçu, o açaí, o coco, o café e diversas plantas medicinais. 9 - O alerta da meteorologia O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, tem um sistema de alerta de risco de queimadas. O sistema pode ser acessado via internet em tempo real (http://www.inmet.gov.br/) e seu segredo é a utilização não somente de imagens de satélite, indicando onde há focos de calor, mas a combinação desses dados com vários outros mapas meteorológicos, como os de umidade relativa do ar, cobertura de nuvens e bacias hidrográficas. Antes, o satélite identificava apenas as áreas que estavam quentes. Isso dava origem a vários erros, porque o reflexo do sol nos rios ou em nuvens era interpretado como perigo de queimada. A expressão focos de calor é utilizada para interpretar o registro de calor captado na superfície do solo pelo sensor AVHRR, que viaja a bordo dos satélites da série NOAA. Este sensor capta e registra qualquer temperatura acima de 47°C e a interpreta como sendo um foco de calor, o que não é necessariamente um foco de fogo ou incêndio. A combinação dos dados permite agora um alerta de alta confiabilidade. O sistema do INMET mapea a situação de todos os estados brasileiros. Os usuários da rede podem saber quais as áreas de risco de combustão a cada 12 horas, o que ajuda na prevenção de queimadas para fins agrícolas e propagação de incêndios prejudiciais à biodiversidade. Pelo site http://www.inmet.gov.br/ o Instituto apresenta outras novidades como o modelo de previsão numérica do tempo, o Modelo Brasileiro de Alta Resolução (MBAR). Ele consiste em um dos mais avançados métodos utilizados em meteorologia, possibilitando maior detalhamento da área em estudo e o aumento de acerto nas previsões do tempo. O modelo oferece prognósticos de chuva, cobertura de nuvens, pressão, ventos e temperatura para até 48 horas. Por isso, a tomada de decisões fica facilitada, auxiliando também na confecção de previsão de tempo. Além disso, os meteorologistas podem obter informações de determinada região em estudo a cada 25km. 10 - Quem pode ajudar na prevenção dos incêndios florestais? São vários os organismos brasileiros que ajudam na prevenção e combate de incêndios florestais. Além do Ibama, das Secretarias de Meio Ambientes dos estados, das Polícias Florestais e do Corpo de Bombeiro, a Embrapa e o INPE monitoram os focos de calor e ajudam a espalhar informações que possam ser usadas no combate ao fogo, Além das diversas tecnologias e do trabalho dos organismos estatais, a grande ajuda para o combate de queimadas deve vir da sociedade, especialmente da área rural. Vem do esforço consciente do proprietário rural no uso do fogo, preocupado com seus vizinhos e com seu patrimônio. E como fazer isso? Simples. Primeiro, tomando as precauções; segundo, mobilizando os vizinhos para que todos compartilhem desse esforço nos dias de queimada, fazendo um mutirão para evitar que o fogo gere muita perda. Cada propriedade rural, dependendo do tamanho, perde 10% de sua renda com prejuízo resultante do fogo que foge ao controle. É o fogo que queima cerca, que queima paiol, pastagem fora de época, que consome pomares. Isso pode ser alterado se todos estiverem atentos para eliminar o fogo que vem do vizinho com medidas de precaução. 11 - Outras tecnologias para evitar queimadas em pequenas propriedades Rotação de culturas. Além do uso de fertilizantes e de sementes selecionadas, a intensificação da agricultura traz benefícios para as pastagens dos pequenos produtores. Ao realizar a rotação das áreas utilizadas para agricultura intensiva com as pastagens, o produtor terá pastagens mais duradouras e produtivas. Como conseqüência, o agricultor não precisará utilizar a queimada para limpeza das pastagens, trazendo benefícios para o solo, o meio ambiente, além de fixar o homem no campo.Os produtos a serem utilizados numa agricultura intensiva dependem de vários fatores, como análise de mercado, assistência técnica, controle de qualidade, constância na oferta e crédito garantido. O zoneamento agroecológico. Outra técnica que permite a utilização racional do recurso solo é o zoneamento agrícola. Por meio dessa tecnologia, o produtor saberá o melhor período para plantar, o local mais adequado para agricultura e pecuária, a localização de reservas florestais, proteção de fontes e mananciais e como diminuir os riscos de degradação do solo. Essa estratégia deve ser utilizada pelos estados e municípios em seu planejamento agrícola. A queimada controladaA produção da agricultura familiar na Amazônia exige, em muitas propriedades, a remoção da floresta ou da vegetação secundária, o que significa derrubar e queimar. A queimada é uma prática barata para limpeza das pastagens nativas e, por isso, muito utilizada. No entanto, vale lembrar que queimada não significa incêndio. Por isso, para se fazer uma queimada controlada é necessário seguir alguns passos.A queima controlada somente deve ser realizada em áreas definidas e com autorização do órgão competente. Por meio dessa técnica, o fogo orientado é utilizado como ferramenta para consumir a macega ou o excesso de material combustível. Para executar uma queimada controlada deve-se procurar o Ibama. Os aceirosOs aceiros são faixas onde a vegetação foi completamente removida da superfície do solo, geralmente localizada ao longo de cercas ou divisas, cujo objetivo é prevenir e impedir a passagem do fogo e a ocorrência de incêndios indesejáveis. Os aceiros devem ser feitos no início do período seco. Mais informações:Algumas recomendações devem ser seguidas para realizar a queimada controlada. Embrapa Gado de Corte (67-768-2000), Embrapa Cerrados (61-388-9953), Embrapa Meio-Norte (86-225-1141), Embrapa Amazônia Oriental (91-276-8170), Embrapa Amazônia Ocidental (92-622-2012), Embrapa Rondônia (69-222-3080), Embrapa Acre (68-224-3932), Embrapa Roraima (95-626-7125) ou Embrapa Amapá (96-241-1551), Secretarias de Estado do Meio Ambiente, Brigadas do Corpo de Bombeiros e Brigadas Civis dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais e com o próprio Ibama, Inmet - (61) 344-7743 - http://www.inmet.gov.br/
Referencias: http://www.gorgulho.com/reportagens/queimadas.htm

QUEIMADAS BRASILEIRA CONTRIBUI PARA AQUECIMENTO GLOBAL


Queimadas na Amazônia são maior contribuição brasileira para aquecimento global, diz cientista Irene Lôbo Repórter da Agência Brasil


Brasília - Comparado aos países desenvolvidos do hemisfério norte, o Brasil contribui pouco para a emissão global dos gases do efeito estufa, embora as queimadas na Amazônia sejam o grande “pecado” brasileiro quando o assunto é a emissão dos gases que acabam provocando o aquecimento global.
De acordo com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, José Marengo, "nós temos uma contribuição relativamente importante na forma de queimadas associadas ao desmatamento”.
O país é ecologicamente correto na geração de energia, já que 80% da principal fonte energética do país (a energia elétrica) é gerada a partir de hidrelétricas, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA). O Brasil também ganha pontos por possuir um programa de substituição de combustíveis fósseis por renováveis, o Programa Nacional do Biodiesel. No momento, o etanol (nome científico do álcool da cana-de-açúcar) alcança 45% da matriz energética brasileira, segundo o MMA.
As queimadas da Amazônia, de acordo com a organização não-governamental Iniciativa Verde, respondem por aproximadamente 70% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa. “O mais urgente, em questão de mudança climática, é estancar as queimadas na Amazônia a qualquer custo. É inadmissível que o país tenha essa postura indolente em relação a um crime ambiental dessa monta”, reivindica o diretor da Iniciativa Verde, Osvaldo Martins.
“O nosso principal vilão das emissões brasileiras são os desmatamentos na Amazônia. Se não fossem os desmatamentos na Amazônia o Brasil seria um país que emitiria muito pouco, porque os desmatamentos aumentam muito essas emissões”, concorda o climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec-Inpe).
O governo brasileiro conseguiu reduzir em 52% o desmatamento da Amazônia nos últimos dois anos. De acordo com o MMA, a redução do desmatamento evitou a emissão de cerca de 430 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Outra atitude tomada para evitar as queimadas foi a criação de novas unidades de conservação federal, que atualmente já superam 50 milhões de hectares.
O consumidor, por sua vez, também pode contribuir para a diminuição das queimadas na Amazônia. Nobre lembra que o cidadão é quem consome a madeira que muitas vezes é extraída ilegalmente, com desmatamentos ilegais. Ou então consome a carne da pecuária que invadiu a floresta com queimadas ilegais para plantar pasto.
“O consumidor consciente, o consumidor responsável, [verifica] a origem dos produtos. Ele vai olhar os produtos que vêm da Amazônia e vai olhar a origem. Se não for legal, ele não consome. Como isso o consumidor estará dando uma enorme contribuição à redução dos desmatamentos na Amazônia que, como eu falei, é a principal fonte de emissões de gases do efeito estufa”.
Referencias:
Autora: Irene Lôbo; Repórter da Agência Brasil.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Manejo controlado do fogo



Este trabalho tem como finalidade promover a importancia do meio ambiente com o uso racional dos recurso naturais.
Queimadas precisam de cuidados para não se tornar incêndios.
18/09/2007
"O fogo na agricultura é uma prática agrícola dos nossos ancestrais e ainda é muito comum como ferramenta no campo", informa a pesquisadora Adriana Vieira de Camargo de Moraes, da Embrapa Monitoramento por Satélite. A técnica é usada em sistemas de produção altamente intensificados, como a cana-de-açúcar e o algodão. No entanto, o fogo em áreas florestais prejudica a fauna e a flora.
"Se de um lado a queimada facilita a vida de parte dos agricultores, trazendo benefícios a curto prazo, de outro, ela afeta negativamente a biodiversidade, a dinâmica dos ecossistemas. Como efeito direto, a queimada aumenta o processo de erosão do solo e deteriora a qualidade do ar", explica a pesquisadora. Ao escapar de controle, as queimadas podem provocar danos ao patrimônio público e privado (cercas, linhas de transmissão e de telefonia, construções, florestas, etc.). "O fogo, tanto para fins agrícolas como florestais, altera a química da atmosfera e influi negativamente nas mudanças globais, tanto no efeito estufa como no tema do ozônio", destaca Adriana.
Para a pesquisadora, as estatísticas seriam menores se algumas condutas fossem adotadas. Por exemplo, existem normas para queimada controlada que precisam ser respeitadas. Além disso, os cidadãos conscientes podem contribuir, deixando de jogar pontas de cigarro acesas nas margens das estradas, apagando restos de fogo em acampamentos e tendo maiores cuidados ao lidar com o fogo. "Na agricultura, a redução das queimadas depende basicamente da oferta de alternativas tecnológicas, que substituam seu uso", ressalta Adriana.
As maiores incidências de fogo acontecem quando a umidade do ar está relativamente baixa, entre junho e novembro. Para a população, em geral, o incômodo é grande, pois, aliados ao aumento das partículas lançadas ao ar pelas queimadas, os problemas respiratórios não demoram a aparecer, principalmente em crianças e idosos.

Controle

"Queimar é o sistema mais barato para limpar uma área, por isso é a solução mais adotada, mas não precisa se tornar incêndio. Incêndio é sem controle", afirma Adriana. "A prática do fogo só pode ser realizada com autorização do órgão competente, como o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e em áreas definidas, com isolamento prévio, com a finalidade de prevenir a passagem do fogo", informa a pesquisadora.
O Ibama também distribui material educativo sobre as queimadas em regiões onde essa prática é usual. "Em situações especiais, o Ibama pode proibir as queimadas, o que não impede que elas ocorram de forma ilegal, provocando incêndios florestais. Os infratores estarão sujeitos às penas previstas nos artigos 14 e 15 da Lei 9.605 (Lei de Crimes Ambientais). As penas podem chegar à prisão e multas", ressalta a pesquisadora.
Para a tecnóloga em gestão ambiental da Ag Solve, Jaqueline Sandino Evangelista, "somente com a previsão meteorológica se obtém uma noção de quando pode ou não haver queimada. O uso de uma Estação Meteorológica, na propriedade, permite analisar o que está acontecendo no momento, pois através dos dados coletados o produtor calcula se o fogo se alastrará rapidamente e se o clima favorece um incêndio em proporções maiores". Outro recurso que pode ser utilizado pelo produto, segundo Jaqueline, é a irrigação. "Dependendo da agricultura e proporção do fogo, a irrigação pode retardar um possível incêndio", explica.
De acordo com a Adriana, há 15 anos, a Embrapa Monitoramento por Satélite realiza o acompanhamento das queimadas no Brasil por meio do sistema de sensoriamento remoto. "No caso da detecção de queimadas, são captados pontos da superfície que tenham temperatura elevada (acima de 300ºC), indicativos da presença de fogo. Os dados do satélite são captados no Brasil pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e repassados para a Embrapa, que faz um trabalho de espacialização, além de outras aplicações voltadas para a questão agropecuária. Todos os dados são disponibilizados na internet durante o período seco e podem ser utilizados por outras instituições de pesquisa, além de órgãos fiscalizadores."

Dica!
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento possui os Dez Mandamentos da Queimada Controlada, voltados para a prática na agricultura. Para se queimar com racionalidade, é preciso segui-lo.

1- Obter autorização do Ibama para queima controlada. Documentos necessários: a) comprovante de propriedade ou de justa posse do imóvel onde se realizará a queima; b) cópia da autorização de desmatamento quando legalmente exigida; c) comunicação de queima controlada.

2- Reunir e mobilizar os vizinhos para fazer queimada controlada e em mutirão, de maneira que um possa ajudar o outro. Assim, o calor será menor e o solo será menos impactado com a temperatura.

3- Evitar queimar grandes áreas de uma só vez, pois as distâncias dificultam o controle do fogo.

4- Fazer aceiros, observando as características do terreno e altura da vegetação. Em terreno inclinado, o fogo se alastra mais rapidamente, devendo-se construir valas na parte mais baixa para evitar que o material em brasa saia da área queimada. A largura dos aceiros deve ser 2,5 vezes a altura da vegetação em regiões de pastagens e/ou Cerrado ou, no mínimo, 3 metros, para o caso de queima controlada.

5- Limpar completamente o aceiro, sem deixar restos de folhas ou paus, de qualquer natureza, no meio da faixa.

6- Prestar atenção à força e direção do vento, à umidade e às chuvas. Só queimar quando o vento estiver fraco. Nunca comece um fogo na direção contrária dos ventos. Inicie no sentido dos ventos. Se a queima for realizada após as primeiras chuvas, é possível evitar o risco do fogo escapar e evitar os danos causados pelo acúmulo de fumaça no ar.

7- Queimar em hora fria. No início da manhã, no final da tarde, ou à noitinha, é mais seguro, pois a temperatura é mais baixa e a vegetação está mais úmida.

8- Nunca deixe árvores altas, sem serem cortadas, no meio da área a ser queimada. Elas demorarão a queimar, permitindo que o vento jogue fagulhas à distância, provocando incêndios em áreas vizinhas, sobretudo, se forem pastagens.

9- Permaneça na área da queimada, após o fogo, pelo menos, por duas horas, a fim de verificar se não haverá pequenos focos de incêndio, na vizinhança, provocados pelos ventos.

10 -Tenha sempre disponível, para ser utilizado, em caso de ter de controlar o fogo, o seguinte material: a) enxada; b) abafador; c) foice; d) bomba costal; e) baldes com água.
Referencias:
© 2007 Ag Solve Monitoramento Ambiental

DUAS VERTENTES, A BELEZA E A DESERTIFICAÇÃO DA AMAZONIA

















DUAS VERTENTES, A BELEZA E A ESERTIFICAÇÃO DA AMAZONIA
Em alguns lugares dAa Amazonia, a desertificação já pode ser constatada. Em Pimenta Bueno, a 560 quilômetros de Porto Velho, há trechos onde agora só crescem arbustos e mato. Nesses pontos, a areia já é visível. Se o desmatamento não for reduzido, alertam especialistas, em dez anos essas áreas constituirão um verdadeiro deserto. A possibilidade de desertificação já havia sido prevista na década de 90, quando foi instituído o Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia (Planafloro). O ex-coordenador do programa, engenheiro agrônomo Pedro Beber, de 52 anos, explicou que há pontos onde o solo é paupérrimo. "Sem cobertura vegetal, nessas áreas não vão mais crescer árvores", disse. Por meio de análises da qualidade do solo, foram identificadas as áreas propícias a virar deserto. Além de Pimenta Bueno, Beber cita Cujubim, a cerca de 200 km a oeste de Porto Velho, e Nova Mamoré, a aproximadamente 280 km a noroeste dessa capital. Nesses dois locais a ação de madeireiras é intensa. Em lugares como Cujubim e Nova Mamoré existe areia embaixo de uma fina camada de terra. Nessas áreas, a floresta acaba se alimentando de si própria. A vegetação se nutre principalmente das folhas que caem. Quando ocorre o desmatamento, as árvores que atingiam com facilidade mais de 40 metros de altura não voltam a nascer. O promotor de Justiça Miguel Mônico, da área de Meio Ambiente, afirmou que em determinadas áreas não deve ser retirada uma única árvore e comentou que, infelizmente, isso acaba não ocorrendo. "Existem pontos onde o solo é muito pobre e mesmo assim a floresta é derrubada para a retirada ilegal de madeira", denunciou. Mônico acrescenta que o desmatamento também causa assoreamento. "Em Rondônia há lugares onde há mais água na superfície do solo do que embaixo. Quando a cobertura vegetal é retirada, a água migra, por causa da evaporação. Isso é preocupante. Como classificaríamos um lugar arenoso e ainda por cima com pouca água?" Então podemos ver em um futuro não muito distante graned parte da Amazonia desertificada, isso não so vai trazer prejuizos para fauna e flora mas tambem para os mananciais, clima entre outros fatores que são afetados.